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Caixas de Ivermectina são encontradas em lixo de presídio em Alagoas

Infovírus

· De olho no painel

Em Girau do Ponciano, agreste de Alagoas, foram encontradas caixas do medicamento Ivermectina, um antiparasitário autorizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Natal para ser usado no tratamento preventivo da COVID-19, no lixo do presídio de segurança máxima. Segundo notícia do Cadaminuto, funcionários da empresa que administra o local, que não se identificaram, afirmam que ou houve desvio de medicação ou ela está sendo utilizada dentro da unidade como medida preventiva.

Em nota, a Secretaria da Ressocialização e Inclusão Social de Alagoas (Seris) afirma que a denúncia é improcedente e que todos os medicamentos que chegam à unidade têm as caixas descartadas. O medicamento está em falta nas farmácias do Brasil, depois da circulação de vídeos que descrevem sua possível utilização para a cura da COVID-19, como afirma o jornal A Tarde.

De acordo com A Tarde, o Conselho Regional de Farmácia do Estado da Bahia (CRF-BA) informa a falta de evidências da eficácia do remédio contra a doença e que a “utilização deste medicamento por pacientes de Covid-19 em estado grave parece ocasionar riscos neurotóxicos, mesmo sob monitorização médica”.

No painel do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o estado de Alagoas, que tem população prisional de 9.161 pessoas, tem registros são estáveis de COVID-19 desde 1 de junho: 13 casos suspeitos, quatro detectados e nenhum óbito. Em 1 de junho, o painel registrava três recuperados. Desde 2 de junho, são sete detentos recuperados.

Essa estabilidade não coincide com as informações dos boletins periódicos sobre a COVID-19 fornecidos pela Seris. Segundo os boletins, em 2 de junho, eram nove casos suspeitos e quatro detecções; em 5 de junho, cinco suspeitos e quatro detecções; em 8 de junho, oito suspeitos e quatro detecções; em 12 de junho, 11 suspeitos e seis detecções; em 22 de junho, 13 suspeitos e 19 detentos com doença detectada.

Estas diferenças nos dados indicam fragilidades dos sistemas de registro e comunicação, que contribuem para falta de transparência sobre a situação prisional no estado.