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Consciência negra: lutar contra o racismo é lutar por uma sociedade sem prisões

Infovírus

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Hoje, 20 de novembro, é o dia da consciência negra. A data marca a morte de Zumbi de Palmares e foi instituída para lembrar das lutas - do passado e do presente - das pessoas negras no Brasil. Pensar essa data em 2020 nos leva, inevitavelmente, às faces que o racismo assume no contexto marcado pela pandemia do novo coronavírus, especialmente no cárcere.

As unidades prisionais são instrumentos de uma política de superencarceramento que penaliza especialmente as pessoas negras. A pandemia de COVID-19 escancara a insuportabilidade da manutenção do sistema penitenciário, marcado pelo racismo e pela violência. Na prática, a pandemia agravou - e segue agravando - as condições históricas e estruturais que fazem das prisões brasileiras um espaço de perpetuação do genocídio da população negra.

Até 16 de novembro, foram registrados 37.394 casos de pessoas presas contaminadas pelo novo coronavírus e 121 óbitos oficiais em decorrência de COVID-19 no sistema carcerário brasileiro, segundo o último boletim do CNJ. Como o Infovírus tem mostrado reiteradamente, a baixa testagem e as condições precárias, comuns à maioria absoluta das unidades prisionais brasileiras, indicam que esse número é sugestivo de subnotificação. A população negra é o grupo que mais acessa esse sistema e, por isso, está mais sujeitas a ser afetada pela COVID-19 nas prisões.

Fora da prisão, o dia de hoje foi marcado também pelo trágico assassinado de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro morto por seguranças do supermercado Carrefour e por um policial militar do RS fora de serviço. Fatos como esse nos trazem a memória das muitas vítimas do racismo e nos provocam a pensar nas narrativas que naturalizam a política de violência e de morte no cárcere.

Lutar contra o racismo é lutar por uma sociedade sem prisões!