Voltar ao site

Crescem registros de contaminações e mortes no sistema socioeducativo brasileiro

Infovírus

· Extras

Entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, foram registrados seis óbitos por COVID-19 entre servidores do sistema socioeducativo brasileiro e mais de 830 registros de contaminação pela doença entre internos e servidores. Segundo o último boletim do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), divulgado em 3 de fevereiro, 1.432 adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa foram infectados pelo novo coronavírus.

Entre o final de 2020 e fevereiro de 2021, o estado de São Paulo, unidade federativa com o maior registro de contaminados e mortes no sistema socioeducativo, contabilizou mais duas mortes entre os servidores. Em 23 de dezembro, eram pelo menos sete óbitos de servidores causados pela COVID-19. Em fevereiro, esse número subiu para nove, ou seja, duas mortes em menos de dois meses. Segundo o boletim do CNJ de 3 de fevereiro, há o registro de 1.333 casos de servidores e 410 adolescentes que testaram positivo para o novo coronavírus.
 
Como o Infovírus já informou, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo contribuiu para o crescimento das internações, e agravamento de superlotação do sistema socioeducativo, prorrogando ilegalmente a internação provisória dos adolescentes, sob a justificativa de que a pandemia teria atrasado os atos processuais e de que a situação excepcional autoriza a medida. Essa postura está em desacordo com a orientação do próprio CNJ e coloca cada vez mais em risco a vida de servidores do socioeducativo e adolescentes.

Além do aumento no número de óbitos entre servidores do sistema socioeducativo paulista, Acre e Pernambuco registraram, cada um, mais uma morte por COVID-19 entre os servidores no mesmo período de tempo. Também entre dezembro de 2020 e o final de janeiro de 2021, dois servidores do sistema socioeducativo do Rio Grande do Sul faleceram em decorrência de COVID-19. Até o boletim do CNJ de 3 de fevereiro, foram confirmados quatro óbitos entre a categoria.

Em Alagoas, o número de casos confirmados de COVID-19 entre adolescentes aumentou em 14 vezes em menos de um mês. Em 23 de dezembro, o estado informou dez casos positivos entre adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa. Em 18 de janeiro, esse número subiu para 141. Segundo o último levantamento anual do Sistema de Acolhimento Socioeducativo (Sinase), o número de internados no sistema socioeducativo alagoense era de 235, o que indica que mais da metade dos adolescentes foram contaminados pelo novo coronavírus.