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Depen não atualiza os dados sobre a pandemia nas prisões do Piauí há quase seis meses

Infovírus

· De olho no painel

Até o dia 1º de junho, o painel do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) registra 778 detecções de COVID-19 e um óbito pela doença entre as pessoas privadas de liberdade no Piauí. De acordo com o monitoramento diário realizado pelas pesquisadoras do Infovírus, esses dados permanecem os mesmos desde 3 de dezembro de 2020. Ou seja, há aproximadamente meio ano o Depen não atualiza as informações sobre a situação da pandemia nas unidades prisionais do Piauí.

De acordo com o monitoramento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), até o dia 17 de maio 989 pessoas presas no estado contraíram o vírus da COVID-19 e uma faleceu em decorrência da doença. A diferença entre as informações publicadas pelo Depen e pelo CNJ demonstra a inconsistência nos dados oficiais sobre a pandemia nas prisões do Piauí.

Uma reportagem do G1 noticiou que 22,8% das pessoas presas já foram diagnosticados com COVID-19 no Piauí. Com isso, o estado tem o segundo maior percentual de casos confirmados entre a população prisional do Brasil. Conforme o levantamento feito pelo G1, das 4.836 pessoas presas no estado, 1.117 já contraíram COVID-19. Os dados foram obtidos pelo Monitor da Violência da plataforma de notícias e diferem dos dados oficiais informados pelo Depen e CNJ. A Secretaria de Justiça do Piauí não produz boletins diários, semanais ou mensais sobre o número de contaminações e testes de COVID-19 realizados em pessoas presas no estado.

O levantamento também informou que o sistema penitenciário do Piauí opera com um número de detentos 60% superior do que a capacidade de acomodação. A superlotação dos presídios, somada às precárias condições carcerárias, a falta de informações consistentes e de uma política séria de enfrentamento à COVID-19 são fatores que aprofundam o contexto de violações de direitos humanos das pessoas privadas de liberdade.