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Em 24 horas, painel do Depen registra mais de mil casos de COVID-19 entre detentos no sistema carcerário paranaense

Infovírus

· De olho no painel

Entre 30 de setembro e 1º de outubro, o Painel do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) atualizou de 48 para 1.051 casos de infecção pelo novo coronavírus no Paraná. Houve ainda aumento de nove para 1.338 suspeitas de detecções; de 423 para 1.027 recuperados; e de um para três óbitos por COVID-19. De 1º a 6 de outubro, o painel do Depen permanece inalterado quanto aos números de suspeitos, contaminados e óbitos por COVID-19 entre a população prisional paranaense.

O Infovírus tem apontado inconsistências nas informações sobre a COVID-19 no sistema carcerário do Paraná. No dia 14 de setembro, noticiamos a falta de atualização dos dados e o aparecimento de detentos classificados como recuperados que nunca foram contabilizados como infectados pelo painel do Depen.

Mesmo com o aumento nos registros de pessoas presas contaminadas pelo novo coronavírus, não há informações nas plataformas digitais da administração penitenciária do estado sobre testagem em massa, o quadro de saúde dos sujeitos contaminados, ou a unidade prisional na qual se encontram. Apesar disso, as notícias são atualizadas semanalmente, e a principal agenda é a divulgação de práticas repressivas das administrações, mesmo durante a pandemia.

A Cadeia Pública de Pato Branco foi interditada no dia 25 de setembro. Segundo o G1, 41 detentos da unidade prisional testaram positivo para COVID-19, em uma população carcerária de 257 presos. Em um vídeo que circulou nas redes sociais, os detentos da penitenciária relatam descaso com a saúde diante do surto de COVID-19, e denunciam a falta de informação e de testagem, a superlotação e outras violações, que foram agravadas com a pandemia.

A gestão transparente dos dados sobre a pandemia nas prisões é um dever das administrações penitenciárias e do Estado. O alto número de contaminação e as inconsistências nas informações sobre a COVID-19 aprofundam a precariedade e as violações sistemáticas aos direitos das pessoas presas.