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Em Minas Gerais, aumentam casos de COVID-19 nas prisões e morre detento que cumpria prisão domiciliar

Infovírus

· De olho no painel

Os números de detecções de internos de unidades prisionais de Minas Gerais no painel do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) eram apenas seis, em 15 de junho. No dia 23, são 111. O aumento decorre da realização de testes em unidades. O painel também indica 62 suspeitas, 26 casos recuperados e ausência de óbitos.

No dia 20 de junho, foi noticiada pelo Jornal Estado de Minas a morte de Antonio Pereira Nunes, que cumpria pena no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte, com taxa de superlotação de 309%. Antonio cumpria pena há seis anos, tinha 67 anos, era cardiopata e hipertenso. Mesmo fazendo parte do grupo de risco, e prestes a adquirir o direito à progressão de regime para o semiaberto, o que devia ocorrer em outubro deste ano, Antonio teve o pedido de prisão domiciliar aceito apenas na quarta-feira (17) e faleceu na quinta (18). A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que a morte não foi contabilizada, mesmo com o teste positivo para a COVID-19, porque a causa da morte ainda está sendo apurada.

Foi registrado um surto do novo coronavírus no presídio de Pompéu, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, com 24 novos casos de presos confirmados até 18 de junho, além da confirmação de um agente penitenciário, conforme o Jornal Hoje em Dia. A Secretaria de Saúde do município informou ao portal R7 que a prefeitura começou a testar todas as pessoas da unidade após a transferência de dois presos da Penitenciária de Bom Despacho diagnosticados com COVID-19. Na Penitenciária de Formiga também foram registrados seis presos com a doença.

O Grupo de Amigos e Familiares de pessoas em Privação de Liberdade, a Frente Estadual pelo Desencarceramento de Minas Gerais e a Agenda Nacional pelo Desencarceramento organizam uma manifestação na próxima quinta-feira (25) às 14h na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte. O ato reivindica o acesso a informações sobre as pessoas privadas de liberdade no estado e denuncia o racionamento de água e a falta de entrega de alimentos, itens de higiene, cobertores e abrigos aos detentos.