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Em Santa Catarina, aumentam casos de COVID-19, mas baixo número de testes indica subnotificação

Infovírus

· De olho no painel

De acordo com o boletim do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 16 de junho de 2021, em Santa Catarina, foram registrados seis óbitos e 3.169 confirmados de COVID-19 entre a população prisional. O painel do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) mostra um óbito a mais que o CNJ. Segundo o órgão, são sete óbitos e 3.173 casos confirmados entre a população prisional, além de 17 suspeitas.

No sistema socioeducativo, o boletim do CNJ registra 28 casos e nenhum óbito. Entre servidores, sete óbitos e 1.222 casos confirmados foram registrados no sistema prisional catarinense. No socioeducativo não houve registro de óbito entre os servidores, mas 221 testaram positivo para COVID-19.

O alto número de contaminações também sugere subnotificação. Segundo o mesmo boletim, foram realizados 7.347 testes entre as pessoas privadas de liberdade nos presídios estaduais de SC e 5.110 entre servidores. Em um universo de  22.118 pessoas presas no estado, isso significa que apenas 33% da população prisional foi testada para a COVID-19 em mais de um ano de pandemia. A baixa testagem e as condições insalubres e superlotadas do cárcere são indicativos de que os números de contaminação podem ser ainda maiores do que o informado pelos dados oficiais.

No sistema socioeducativo, o número de testes é ainda mais baixo, pois somente 115 adolescentes privados de liberdade foram testados para COVID-19, contra 1.163 servidores. A quantidade ínfima de testes mesmo após mais de um ano de pandemia corrobora com as inúmeras denúncias de subnotificação feitas pelo Infovírus. 

No final de maio, o deputado federal catarinense Darci de Matos (PSD-SC) defendeu publicamente a retirada da população prisional do grupo prioritário de vacinação. A declaração teve repercussão nos noticiários locais. Até junho, Santa Catarina vacinou 2.522 pessoas privadas de liberdade com a primeira dose e 52 com a segunda. Entre servidores do sistema prisional, 1.737 receberam a primeira dose e 131 a segunda e, entre trabalhadores do socioeducativo, 514 e 47 já receberam, respectivamente, a primeira e a segunda dose da imunização contra o novo coronavírus.