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Falta de abastecimento de água gera revolta em presídio no Acre

Infovírus

· De olho no painel

Diversas tentativas de fuga foram registradas nos últimos meses nos estabelecimentos prisionais acreanos, como o Infovírus tem mostrado. As medidas “estratégicas” de contenção da propagação da COVID-19 nos presídios do estado limitam-se à suspensão de visitas, o que aumenta o estresse dos detentos, privados do convívio familiar. Outro motivo de revolta dos detentos foi a falta de água em um estabelecimento prisional da capital.

Em abril, um princípio de revolta ocorreu no Complexo Prisional Francisco D' Oliveira Conde, o maior do Acre, que terminou com mais de 50 presos feridos, alguns encaminhados ao pronto-socorro de Rio Branco. De acordo com informações do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), os presos dos pavilhões G, H, I, J, K e L, começaram a bater nas grades. Segundo o G1, a movimentação dos detentos ficou intensa e os policiais chegaram a atirar para conter os internos.

No dia 6 de julho, o presidente do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento do Acre (Depasa) Sebastião Aguiar da Fonseca Dias foi exonerado do cargo. Os poucos meses de gestão de Sebastião foram marcados por reclamações por falta de água na capital Rio Branco.

No mês em que ocorreu o episódio, o painel do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) informou as duas primeiras detecções de contaminação pelo novo coronavírus nos presídios do Acre. No dia 1 de maio, foi registrado não só aumento nos casos de COVID-19 nos presídios do estado, mas também o primeiro óbito. Em 16 de julho, o painel registra 241 suspeitas, 171 casos confirmados e dois óbitos causados pela doença.

A realidade dos presídios acreanos é marcada por superlotação, racionamento de água e acesso precário a itens de higiene, condições que acentuam e potencializam a propagação do novo coronavírus. A privação do abastecimento de água à população geral e, especialmente, à população carcerária em um período crítico da pandemia de COVID-19 é uma grave violação do seu direito à saúde, à segurança e à vida.