Voltar ao site

Imprecisão e sigilo nos dados sobre COVID-19 no sistema prisional do Mato Grosso do Sul

Infovírus

· De olho no painel

Segundo o boletim da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) de 4 de agosto, o sistema prisional do Mato Grosso do Sul registra 259 casos confirmados de COVID-19 entre detentos, numa população prisional de 17.423 pessoas. Em 5 de agosto, o painel do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) mostra 261 detecções, 124 suspeitas e nenhum óbito causado pela doença no estado.

Nos sites oficiais do estado não existe precisão nos dados sobre número de testes para internos e policiais penais, nem informações sobre o quadro de saúde deles. A Agepen tem informado testagens nos estabelecimentos: foram feitos testes rápidos nos dias 16 e 17 de julho no presídio de Rio Brilhante, onde foram verificadas 41 detecções, e no dia 20 de julho no Estabelecimento Penal de Aquidauana. A medida só ocorreu após o registro de contaminação de internos pelo novo coronavírus.
 
Até 22 de julho, todos os testes feitos nas unidades prisionais do Mato Grosso do Sul foram testes rápidos, que possuem alta taxa de falsos negativos, segundo a ANVISA. Além disso, a Agepen informa as testagens, escassas em relação ao número de unidades prisionais no estado, mas não apresenta a quantidade de testes realizados no geral, o número de aplicações em internos e policiais penais e o estado de saúde deles.

A partir de 22 de julho, passaram a ser feitos testes moleculares (feito pelo recolhimento de secreção nasal). Essa nova testagem começou no Instituto Penal de Campo Grande (IPCG) e nas unidades do Complexo Penitenciário do Jardim Noroeste. Em 29 de julho, foram feitos testes moleculares no Instituto Penal de Campo Grande (IPCG) e no Centro Penal Agroindustrial da Gameleira (CPAIG).

Foram registrados 21 casos de COVID-19 em unidades prisionais femininas: a Unidade Penal Ricardo Brandão e o Instituto Penal de Campo Grande. Não há qualquer informação mais próxima sobre os casos, somente a alegação da Agepen de que não existem casos graves, nem internações.

O Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população carcerária do Centro-Oeste do país. Apesar disso, somente no mês de julho foi criado um comitê para acompanhar os casos do coronavírus no sistema penitenciário do estado.