Voltar ao site

Sob gestão de Zema, prisões mineiras registram dez óbitos e mais de 2 mil contaminações

Infovírus

· De olho no painel
Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO)

Ao menos dez presos morreram e 2 mil já testaram positivo para o novo coronavírus no sistema prisional mineiro, segundo o painel do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Um aumento drástico apareceu no dia 18 de agosto, quando o registro do número de óbitos saltou de um para dez, enquanto o número de casos detectados e ativos da doença subiu de 344 para 745, e o número de recuperados, de 371 para 1.308. A desatualização dos dados era visível, já que um número muito maior de detecções do que aquele apresentado no painel estava sendo noticiado.

O crescimento massivo de casos entre servidores e presos foi divulgado nas últimas semana, registrado em unidades como de João Pinheiro (200 casos), de Manhumirim (163 casos), de Ubá (55 casos entre detentos), dentre outras. Várias organizações têm denunciado a gestão da pandemia pelo governo do estado, caracterizada por transferências de presos entre as unidades prisionais, sem testagem.

O caso do presídio de Manhumirim foi destacado no relatório do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS-MG). Foi lá que Lucas, um rapaz de 25 anos, faleceu por COVID-19 no início de julho. O surto teve início quando um detento foi transferido sem testagem para a unidade. Quando ele foi testado positivo, outros nove internos da mesma cela também já estavam contaminados. A testagem em massa aconteceu mais de um mês após a transferência e constatou que 75% do presídio estava contaminado.

O relatório mostra que outros presídios mineiros também estão despreparados para garantir direitos básicos aos detentos. As denúncias de tortura aumentaram 190% desde o início da pandemia, de acordo com a Frente Estadual pelo Desencarceramento de Minas Gerais, e manifestações de familiares apontam para a alimentação precária e falta de medidas de higiene.

Em abril, o governador de Minas Gerais Romeu Zema (NOVO) criticou medidas restritivas de prefeitos que cooperavam para a prevenção da contaminação em meio à pandemia. Disse que “o vírus precisa viajar”. Em julho, afirmava: “o pior está ficando para trás”. Enquanto isso, a pandemia no sistema carcerário mineiro toma proporções alarmantes, além da subnotificação acarretada pela testagem insuficiente.