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Registro de contaminações e mortes por COVID-19 nas prisões baianas tem aumento brusco e familiares fazem ato por vacinação

Infovírus

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O painel do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) registrou 1.040 casos de COVID-19 e três óbitos em decorrência da doença no sistema prisional da Bahia no dia 10 de maio. A atualização foi feita após mais de um ano sem nenhuma notificação de óbito e mais de sete meses com os dados estagnados em 520 casos de contaminação pelo novo coronavírus confirmados. Não há informações sobre esses novos óbitos registrados no painel nos sites oficiais, nem na imprensa.

De acordo com o monitoramento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), até 5 de maio, apenas 15% da população carcerária da Bahia tinha sido testada para COVID-19. O baixo número de testes aplicados sugere subnotificação no número total de casos e indica a possibilidade de o índice de contaminação no estado estar mais acentuado do que os dados oficiais indicam.

O início de maio também foi marcado por protestos de familiares e organizações pelo desencarceramento, em razão do agravamento da pandemia e da ausência de políticas de enfrentamento à COVID-19 direcionadas às pessoas privadas de liberdade. No dia 3 de maio, a Frente Estadual pelo Desencarceramento da Bahia protestou em frente à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). A Frente reivindica a volta das visitas e a vacinação das pessoas presas.

No dia 29 de abril, ocorreu um ato em frente ao Conjunto Penal de Feira de Santana. Familiares de apenados exigiram alimentação de qualidade, vacinação e volta das visitas nas unidades prisionais, sob gritos de “Exigimos dignidade, exigimos garantia de direitos, chega de tortura!”.

A falta de atualizações e de testes indica a inconsistência nos dados oficiais sobre a COVID-19 no sistema carcerário da Bahia. Há mais de um ano, o Infovírus denuncia a ausência de informações confiáveis e de um plano de enfrentamento da pandemia que dialogue com a realidade material no cárcere.