Segundo a última atualização do boletim do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), publicada em 16 de junho, o número de pessoas privadas de liberdade no Rio de Janeiro que perderam a vida em decorrência da COVID-19 saltou de 21 para 25. O boletim da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap/RJ), que compreende o período entre 18 e 24 de junho, também registrou 25 óbitos. No entanto, os dados são diferentes dos do painel doDepartamento Penitenciário Nacional (Depen), que registra 21 óbitos oficiais de pessoas presas por COVID-19 até 29 de junho.
O número de casos confirmados no estado também apresenta divergências entre os órgãos oficiais. Segundo o boletim do CNJ de 16 de junho, são 570 pessoas privadas de liberdade no RJ que testaram positivo para a COVID-19. Até 29 de junho, o painel do Depen registra 537 detecções entre a população prisional no estado. Já o boletim da Seap/RJ informa 572 casos confirmados entre internos. A divergência nas informações oficiais mostra inconsistência nos dados, além de gerar insegurança para as famílias das pessoas que estão em situação de privação de liberdade.
Ainda segundo o boletim do CNJ, são 237 casos confirmados de COVID-19 entre servidores e servidoras do sistema prisional fluminense. No sistema socioeducativo, o número de adolescentes positivados está em 49, enquanto entre agentes socioeducadores há o registro de 292 casos e três óbitos pela doença.
A equipe do Infovírus não localizou informações nos órgãos oficiais e na imprensa sobre o início da vacinação no sistema prisional no Rio de Janeiro, apesar de ter sido noticiado que a vacinação iniciaria no final de maio. Além disso, no início de junho, a Seap/RJ iniciou uma investigação para apurar se cerca de 15 servidores(as) da administração penitenciária furaram a fila e receberam a imunização de forma fraudulenta. Entre eles, estão os subsecretários João Carlos Olímpio e Gilberto Monteiro Mainoth, servidores do alto escalão da Seap/RJ.
O Infovírus lamenta as novas mortes do sistema prisional, e presta solidariedade às famílias. Ressaltamos que a vacinação da população prisional é fundamental para garantir a segurança de pessoas sob custódia do Estado e de suas famílias.