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Secretário de Segurança do Mato Grosso nega volta das visitas: “Acabou a Covid-19?”; estado tem mais de 1.700 casos de COVID-19 confirmações entre presos

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secretário de Segurança Pública Alexandre Bustamante

No Mato Grosso, em dois meses (entre 3 de setembro a 3 de novembro) a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) registrou aumento de 362 casos de contaminação e um óbito entre pessoas privadas de liberdade. Até o dia 9 de novembro, o sistema carcerário do Mato Grosso totaliza 1.705 registros infecções e três por COVID-19 entre detentos.

No mesmo período, a SESP registrou aumento de 125 casos de contaminação e um óbito entre servidores do sistema prisional mato grossense. O boletim do dia 9 informa 480 infecções e cinco mortes de servidores em decorrência de COVID-19.

Desde março, as visitas estão suspensas no sistema penitenciário do estado. Quase nove meses depois da chegada da pandemia no Brasil, as unidades prisionais de Mato Grosso seguem sem data de retorno da visitação de familiares às pessoas presas. Questionado sobre a retomada das visitas, o secretário de Segurança Pública Alexandre Bustamante falou: "Acabou a Covid-19? Eu acredito que não! Então, continuamos da mesma forma”.

O secretário afirma que o trânsito de pessoas externas, mesmo com protocolos de segurança, pode aumentar a transmissão, colocando em risco a saúde dos custodiados. Entretanto, os mais de 1700 registros de contaminações entre pessoas presas mostram que a medida não tem sido eficaz.

Essa foi uma das muitas declarações polêmicas dadas por Alexandre Bustamante. Em 2 de novembro, o secretário afirmou ao portal de notícias MidiaNews que “a polícia atira; quem mata é Deus”, ao se referir às denúncias de excesso de policiais contra suspeitos de crimes. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, houve um aumento de 85,7% no número de mortes ocasionadas por policiais no Mato Grosso no primeiro semestre de 2020, em relação ao mesmo período do ano passado.

No dia anterior, o secretário afirmou também que prefere “velório de traficante do que de policial", e atribuiu o aumento nas estatísticas, ao contexto de pandemia. A tomar pelos informes da própria SESP sobre COVID-19 nas prisões no MT, o discurso do secretário e as mortes ocorridas estão alinhados.