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Com vacinação da população prisional, São Paulo não registra mais mortes nas prisões

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O estado de São Paulo não registrou mais mortes por COVID-19 entre pessoas presas desde o início de agosto, quando chegou a 79 óbitos. A não ocorrência de falecimentos desde então deve ser comemorada, mas esse dado explicita o que familiares, movimentos e organizações sociais reivindicaram ao longo de meses: a vacinação teria poupado vidas, caso a população prisional tivesse sido priorizada no calendário de vacinação estadual.

Uma vez que as pessoas presas não foram incluídas nos grupos prioritários, sua vacinação ocorreu conforme o calendário baseado na faixa etária, determinado pelo governo estadual. Considerando que cerca de 80% das pessoas presas têm até 40 anos, segundo estimativa com base nos dados do Infopen, o processo de vacinação nas unidades prisionais se intensificou sobretudo a partir de julho. Desde agosto, as unidades prisionais não registraram mais óbitos, demonstrando com nitidez a eficácia da vacinação na preservação da vida.

Caso as pessoas presas tivessem sido priorizadas e vacinadas contemporaneamente aos servidores do sistema prisional, por exemplo, cuja imunização teve início em 5 de abril, as 38 mortes que ocorreram desde aquela data até o final de julho poderiam ter sido evitadas. O número equivale a quase metade das pessoas presas que faleceram por COVID-19 em São Paulo.

O número de contaminações também teve brusca diminuição desde que a vacinação das pessoas privadas de liberdade foi massificada. Na última semana, por exemplo, foram confirmados apenas três casos. Em junho, as unidades prisionais registraram 222 casos no intervalo de uma semana.

De abril a agosto, ao menos 1500 pessoas contraíram COVID-19 nas prisões paulistas. É importante recordar que a testagem nunca foi realizada de maneira massiva, apenas mirando casos suspeitos que apresentassem sintomas, de modo que o número de contaminados no estado deve ser sensivelmente mais alto do que o propagado pela SAP.

Quantas vidas teriam sido poupadas se a população prisional tivesse sido priorizada? Quantas pessoas não teriam que lidar com as sequelas da COVID-19, caso o contágio tivesse sofrido há meses atrás a redução que agora apresenta?