O número de casos de detecções de COVID-19 nos presídios de Roraima reduziu pela metade entre o setembro e outubro, passando de 212 para 111 no painel do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Os números de oito óbitos e 95 "recuperados” mantiveram-se constantes.
Desde 16 de junho, o painel informa zero casos suspeitos de COVID-19 dentro das prisões do estado. No site da Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (Sejuc) não é possível encontrar nenhuma informação sobre a pandemia nos presídios estaduais.
Em boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde nº 241, de 29 de setembro, com informações da SEJUC datadas de 14 de setembro, eram 109 casos detectados nos presídios. No boletim do dia seguinte, nº242, as informações da SEJUC datadas de 28 de setembro, registram 208 detecções de COVID-19 entre a população prisional do estado.
Enquanto no painel os casos reduziram inexplicavelmente, segundo a Sejuc, eles aumentaram. Assim, coloca-se em dúvida a credibilidade das informações tanto da secretaria, quanto do Depen.
Ao longo da pandemia de COVID-19, o Infovírus já divulgou a situação dos presídios do estado. Familiares dificilmente conseguem informações sobre a saúde dos presos e presas. O sistema penitenciário de Roraima têm em média mais de cinco presos por vaga, e é um dos mais superlotados do país. Além disso, os secretários de Justiça e Cidadania e de Saúde já foram multados pela Justiça do estado pela inércia no atendimento aos detentos diagnosticados com COVID-19.
Segundo a desembargadora Elaine Bianchi, os presos não têm roupas e vivem só de cuecas em celas com temperaturas que chegam a 50ºC. Após a declaração da desembargadora, a Sejuc informou que as pessoas presas estão liberadas para permanecer com as roupas que chegam na unidade. O gestor da Sejuc Andre Fernandes, denunciado em novembro de 2019 por usar presos para obras em sua casa, afirmou que o Estado está se estruturando para que o uniforme seja feito pelos internos.