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Apesar da nova onda de COVID-19, Depen não atualiza número de casos e mortes nos presídios da região norte

Infovírus

· De olho no painel

Os presídios da região Norte têm 11% dos óbitos oficiais por COVID-19 entre pessoas presas no país. Do total de 127 óbitos, quatorze ocorreram naquela região. Conforme dados informados pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Amazonas contabiliza uma morte, Rondônia duas, Acre três e Roraima oito.

Do lado de fora dos presídios, o Brasil tem novos recordes de óbitos e casos confirmados de COVID-19. O país chega a mais de 210 mil mortes no dia 19 de janeiro, considerando apenas os óbitos registrados oficialmente. As altas em em internações e mortes pela doença geram como superlotação nos hospitais e caos sanitário em vários estados. No Amazonas, há falta de materiais básicos para atendimento dos internados, por exemplo, cilindros de oxigênio.

Mesmo diante de total descontrole no avanço do número de casos confirmados na sociedade como um todo, o painel do Depen não é atualizado em relação à situação dos casos dentro dos presídios da região norte desde meados de novembro de 2020.

A situação prisional, além da falta de informações oficiais, carece de atenção da imprensa, que não tem retratado a situação caótica da pandemia nas casas prisionais, conforme o Infovírus tem apontado. É possível captar algumas informações sobre a contaminação pela Covid-19 nos presídios num dos contextos mais graves da pandemia no Brasil.

No Acre, 420 servidores do sistema penitenciário foram confirmados com o novo coronavírus. Em Tocantins, um detento foi diagnosticado com COVID-19 na Casa Prisional Provisória de Palmas. Com o novo caso confirmado, as visitas foram novamente suspensas nas penitenciárias do estado.

O Brasil é um dos países que não ainda não vacina massivamente sua população. As pessoas encarceradas foram retiradas da prioridade de vacinação pelo Ministério da Saúde, o que, associado à falta de informações sobre a situação da COVID-19 nas prisões, é sintoma do quadro geral de descaso do Estado em relação à população prisional.