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Detentos fazem revolta em presídio de Goiás por falta de água e de comida e casos de COVID-19 entre apenados

Infovírus

· De olho no painel

O Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura pediu audiência à Corte Interamericana de Direitos Humanos para denunciar descaso com avanço do novo coronavírus nos presídios goianos. Segundo o presidente do Comitê, Gilles Gomes, a situação do novo coronavírus “saiu do controle” do sistema penitenciário brasileiro e, mais especificamente, em Goiás.
 
Gilles afirma que a quantidade de testes realizados são ineficientes e que a Secretaria de Segurança Pública não informa quantas pessoas foram testadas por dia ou qual a quantidade de presos faz parte do grupo de risco. “Nenhum órgão tem essa informação. Nem o MP, Judiciário, o Comitê e muito menos os familiares. Isso só reforça a ideia de que os presos estão incomunicáveis”, declarou Gilles ao jornal Mais Goiás.

Um detento ficou ferido em uma revolta de presos na Casa de Prisão Provisória de Rio Verde (CPP), em Goiás, no dia 21 de julho. O motivo da revolta foi a falta de comida, água, atendimento e a ocorrência de casos de COVID-19 entre os internos da unidade prisional.

De acordo com a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), agentes penitenciários com apoio da Polícia Militar fizeram uso de armas não-letais para conter a movimentação.

Em 23 de julho, dois dias após a revolta, os presos da CPP passaram por testagem para o novo coronavírus. Segundo o Centro de Operações de Emergência em Saúde, foram feitos 110 testes rápidos na CPP e no Centro de Inserção Social (CIS). Destes, 97 resultados foram divulgados no dia 27 de julho, com 17 positivos e 80 negativos. Não foi informado com clareza quantos testes foram aplicados em cada unidade prisional, mas todos os positivos foram identificados na CPP.

De acordo com o boletim da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) do dia 4 de agosto, são 413 casos confirmados e três óbitos pelo novo coronavírus entre presos do estado. Os mesmos números aparecem no painel do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) em 6 de agosto.