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Entidades e famílias denunciam falta de notícias e agressões a apenados na Bahia

Infovírus

· De olho no painel

A articuladora da Agenda Nacional pelo Desencarceramento na Bahia Eleine Paixão denuncia que não recebe informações sobre seu marido, apenado do Conjunto Penal de Salvador, desde 8 de março. À Ponte Jornalismo, Eleine falou do desespero que permeia as famílias baianas: “eu só queria que tivesse notícias”. Ela também relata a impossibilidade de trocas de cartas entre os presos e seus parentes.

Relatos de uma entidade que auxilia no acolhimento de grupos vulneráveis na Bahia recebidos pelo Infovírus em 6 de julho informam que familiares de presos narram a ocorrência de agressões dentro dos presídios, além de condições precárias de saúde física e mental em prisões baianas. A demanda dos familiares é, sobretudo, pelo acesso a informações oficiais sobre a vida dos detentos.

A entidade também menciona a existência de transferências de detentos com doenças crônicas em presídios de Salvador. Familiares e responsáveis não recebem informações oficiais e esclarecimentos sobre tais transferências.

Com as medidas de contenção da pandemia restringindo as visitas, além da falta de informação e comunicação com os detentos, as famílias também relatam a impossibilidade de enviar alimentos para os presos. Diante disso, os preços acabaram subindo muito no mercado interno das prisões e um litro de leite, por exemplo, chega a custar 20 reais. Algumas famílias arriscam o envio de dinheiro, o que, nestas condições, não é seguro e nem garante subsistência digna dentro da prisão.

A falta de informações quanto à situação dos detentos da Bahia também se faz presente no painel do Departamento Penitenciário Nacional (Depen): as medidas tomadas no combate ao novo coronavírus não são atualizadas desde 20 de março. O painel informa 27 detecções do novo coronavírus em estabelecimentos prisionais do estado, mas nenhum caso suspeito e nenhum óbito até o dia 21 de julho.