Juliano Moacyr da Silva foi a décima pessoa presa que faleceu por COVID-19 no estado do Rio Grande do Sul. Ele tinha 32 anos e era detento de regime fechado no Presídio Regional, no município de Caxias do Sul. Em janeiro, Juliano esteve internado por uma comorbidade não divulgada. Conforme GauchaZH, ele morreu no dia 20 de fevereiro.
Além de Juliano, outra morte por COVID-19 entre a população prisional gaúcha foi registrada em 2021: Vladmir da Silva Braga, de 51 anos, faleceu por complicações causadas pela doença, que agravou um quadro de pneumonia viral e bacteriana e diabetes. Ele é a primeira pessoa presa em regime semiaberto a falecer com COVID-19 no RS. De acordo com o Boletim da Secretaria de Administração Penitenciária (Seapen/RS), Vladmir cumpria pena no Instituto Penal Novo Hamburgo. O Infovírus lamenta profundamente as mortes de Juliano e Vladmir, e expressa solidariedade às famílias das vítimas.
Até 8 de março, o painel do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) informava o número desatualizado de nove óbitos no sistema carcerário do RS, alterado para 11 em 9 de março, 17 dias depois da morte de Juliano. Para o painel, são 87 casos suspeitos e 2.097 detecções de COVID-19 entre a população prisional do RS. O boletim da Seapen de 8 de março, entretanto, apresenta números diferentes: 2.076 casos detectados e 11 óbitos.
Apenas nos oito primeiros dias de março, foram registrados 59 novos casos positivos de COVID-19 no RS. O estado vive o pior momento da pandemia até agora, com 103,8% dos leitos de UTI ocupados. No sistema prisional, 18.682 testes foram aplicados, segundo a Seapen, que não informa qual o tipo de teste utilizado. A população prisional do RS é de 41.199 pessoas. A diferença entre esses números indica a possibilidade de subnotificação.
Em 2021 já foram revelados surtos de COVID-19 em penitenciárias gaúchas. No dia 1º de março, o Presídio Estadual de Guaporé chegou a ser interditado pela Justiça. Em janeiro e fevereiro, foram registrados surtos nos Presídios Estaduais de Vacaria e de Canela. Ainda não há previsão de vacinação para os detentos no estado.
Não há dados sobre o impacto dos surtos para os servidores do sistema penitenciário. De acordo com o boletim do Conselho Nacional de Justiça de 24 de fevereiro, a Seapen/RS suspendeu a divulgação do número de servidores que testaram positivo para COVID-19.