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Maio foi o mês que mais registrou óbitos de pessoas presas em São Paulo

Infovírus

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O mês de maio foi o mais letal da pandemia de COVID-19 para pessoas presas no sistema prisional paulista. De acordo com dados da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo, 13 pessoas presas faleceram no período, de um total de 58 desde o início da pandemia. Esse índice acompanha o cenário nacional, que registrou aumento do número de mortes e infecções por COVID-19 nos primeiros meses do ano.

Já no início de junho, outra morte foi registrada, totalizando 59 pessoas presas falecidas até o dia 7 deste mês. Além disso, a SAP também registra um total de 14.330 pessoas presas infectadas pelo novo coronavírus. Quanto aos servidores, a pasta aponta 109 falecimentos e 3.995 contágios desde o início da pandemia.

Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), São Paulo vacinou 2.797 pessoas privadas de liberdade com a primeira dose e 869 com a segunda, todas elas pertencentes a grupos prioritários, um número irrisório diante da massa encarcerada, que soma 218.909 pessoas, segundo o Departamento Penitenciário Nacional (Depen). 

A vacinação nas unidades prisionais paulistas está seguindo o calendário geral. Entretanto, as pessoas presas estão expostas a condições insalubres e adoecedoras – como racionamento de água, alimentação escassa e imprópria, ausência de atenção médica e superlotação – agravadas durante a pandemia, conforme relatam elas mesmas, suas familiares e defensores públicos. Além disso, as unidades não oferecem atenção à saúde como anunciado, o que vulnerabiliza ainda mais as pessoas privadas de liberdade.

Ainda segundo o CNJ, embora São Paulo seja o estado que realizou o maior número de testes do país, totalizando 178.187 aplicações, esse número reflete as análises feitas no decorrer de toda a pandemia e é baixo diante do total de pessoas presas e da vulnerabilidade das mesmas. Assim, não há uma testagem massiva que permita obter um retrato realista sobre a amplitude das contaminações e óbitos no estado.

O Infovírus lamenta profundamente as mortes de pessoas em decorrência da COVID-19, e expressa solidariedade às suas famílias.