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Sem justificativas ou explicações, Ministério da Saúde retira população carcerária da lista de grupos prioritários para a vacina contra a Covid-19

Infovírus

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O Ministério da Saúde, comandado por Eduardo Pazuello, anunciou o plano do primeiro ciclo de vacinação para COVID-19, voltado para grupos de risco, no dia 1º de dezembro. Nesse plano, as pessoas privadas de liberdade seriam incluídas na quarta fase do primeiro ciclo de vacinação, voltada a públicos de risco, atendidos com prioridade.

No entanto, o texto do plano de imunização foi editado posteriormente e a população prisional foi excluída dele, sem nenhuma justificativa ou explicação. Na nova versão do plano nacional de vacinação, todos os grupos prioritários listados foram mantidos, com exceção da população privada de liberdade.

Nesses nove meses de pandemia, mais de 40 mil casos de COVID-19 foram registrados entre as pessoas privadas de liberdade no Brasil. Além disso, o Brasil alcançou a marca de 126 óbitos oficiais pela doença entre a população prisional. Entretanto, a baixa testagem e as péssimas condições carcerárias são indicativos de que, mesmo altos, esses números são subnotificados, como o Infovírus tem mostrado reiteradamente.

A população privada de liberdade está em situação de risco para a COVID-19: além da superlotação dos presídios, grande parte de detentos têm comorbidades graves, como tuberculose, hipertensão, HIV e outras doenças que agravam o risco de óbito. A retirada sigilosa e sem justificativa de pessoas encarceradas do plano nacional de vacinação, na prática, naturaliza a política de morte que opera nas prisões brasileiras.