Voltar ao site

Apenas 3,2% da população prisional da Bahia foi testada para o novo coronavírus

Infovírus

· De olho no painel

Até o dia 3 de Setembro, o painel do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) registra 22 suspeitas, 520 detecções e nenhum óbito por COVID-19 entre a população prisional baiana. Os primeiros 22 casos suspeitos de contaminação entre detentos da Bahia foram registrados em 25 de agosto, e esse número permanece o mesmo desde então. Entre os dias 24 e 25 de agosto houve diminuição repentina: de 920 casos confirmados, o número de registros no painel caiu para 520.

Segundo o boletim de 2 de setembro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Bahia informa a realização de 491 testes entre detentos. Isso representa apenas 3,2% das 15.108 pessoas presas no estado (INFOPEN, 2019). A baixa testagem coloca em xeque os dados oficiais registrados no painel do Depen, pois eles acendem alerta para a provável subnotificação da infecção de COVID-19 entre a população prisional.

Além da população prisional, os servidores do sistema carcerário baiano também registram um alto número de contaminação. Até o dia 2 de setembro, 540 agentes penitenciários testaram positivo para a COVID-19 e quatro servidores morreram em decorrência da doença.

No mês de agosto, familiares voltaram a se manifestar, denunciando a ocorrência de torturas e más condições no sistema prisional baiano. No dia 13 de agosto, familiares e movimentos sociais protestaram em Salvador, em frente ao Gabinete do Governador da Bahia. Eles reivindicam a volta das visitas presenciais, de produtos de higiene e alimentação adequados para os detentos e informações sobre o estado de saúde dos apenados, de acordo com a Frente Estadual pelo Desencarceramento da Bahia.