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São Paulo registra 1.735 casos confirmados e 18 óbitos por de COVID-19 entre detentos do sistema prisional

Infovírus

· De olho no painel

Em 24 de julho, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo registrou 18 óbitos, 105 suspeitas e 1.713 detecções de contaminação pelo novo coronavírus em apenados nas casas prisionais do estado. Além disso, foram registrados 21 óbitos, 295 suspeitas e 843 detecções de COVID-19 entre os servidores dos estabelecimentos prisionais paulistas.

Também no dia 24, o painel do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) apresentou aumento repentino no número de recuperados da doença: de 120 para 1.203 casos em 24 horas. Em 27 de julho, o painel mostra 1.735 detecções, 18 óbitos e 128 suspeitas de contaminação.

Não é a primeira vez que o painel do Depen apresenta mudança significativa nos dados do sistema prisional paulista no contexto da pandemia de COVID-19: no início de julho, o Infovírus mostrou que, entre 29 e 30 de junho, o número de casos confirmados diminuiu de 1.019 para 217 e o número de suspeitos caiu de 102 para 77.

Em junho, uma testagem em massa foi realizada na Penitenciária II de Sorocaba, o que se estendeu a outras 26 unidades prisionais no mês de julho (G1). A Defensoria Pública de São Paulo fez inspeção na unidade prisional em 22 de junho, uma vez que a penitenciária apresentou 70,55% das detecções e óbitos por COVID- 19 entre as casas prisionais paulistas. No dia da realização da inspeção, 34,53% da população carcerária estava contaminada pelo novo coronavírus.

Segundo o relatório da Defensoria Pública de São Paulo (DPE-SP), há muitos detentos idosos e integrantes do grupo de risco na unidade prisional. O documento apontou que, mesmo após a realização dos testes, os detentos com diagnóstico positivo para COVID-19 convivem junto dos que testaram negativo, o que demonstra a inexistência de isolamento e a exposição dos presos à contaminação pelo novo coronavírus.

Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o sistema carcerário de São Paulo - o maior do país - possui 150.607 vagas, mas tem uma população carcerária de 263.059 detentos. Além da superlotação, uma pesquisa realizada pela agência Fiquem Sabendo levantou que apenas 37% das unidades prisionais possuem o número mínimo de profissionais de saúde.

Um relatório apresentado pela Fundação Getúlio Vargas em julho informa que, segundo informações de familiares de apenados do sistema prisional paulista, 53,7% dos detentos têm problemas respiratórios e/ou cardíacos e, por isso, são mais suscetíveis a complicações decorrentes da COVID-19.