Em 19 de fevereiro, o painel do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) registra 415 casos confirmados de COVID-19 e dois óbitos entre detentos de Sergipe. Esses números permanecem os mesmos desde 28 de janeiro, quando o painel indicava um aumento de 80% (185) nos casos confirmados em um mês. No dia 28 de dezembro de 2020, o Depen informava 230 detentos contaminados pelo novo coronavírus.
O boletim divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 3 de fevereiro reitera as informações do painel do Depen. Segundo o CNJ, até essa data há 415 casos confirmados e duas mortes por COVID-19 entre internos. Já entre os servidores do sistema prisional de Sergipe, são 231 casos confirmados pela doença e duas mortes contabilizadas até 3 de fevereiro.
Mesmo com o aumento no registro de detentos confirmados com COVID-19, o painel do Depen informa que não há nenhum caso suspeito da doença no sistema penitenciário de Sergipe. Esse valor indica probabilidade de inconsistência nos dados do painel, além de evidenciar o atraso na divulgação da situação da pandemia nos presídios do estado. A Secretaria de Estado da Justiça (Sejuc) não divulga boletins de monitoramento da COVID-19 nos presídios.
Janeiro também foi marcado por denúncias de internos sobre a alimentação fornecida na unidade prisional de Nossa Senhora do Socorro. A Sejuc confirmou a existência de problemas em manter a qualidade das refeições, como o aumento dos preços dos alimentos.
A alta de casos de contaminações em Sergipe é reflexo da realidade dos presídios de todo o Brasil. As inconsistências nos dados oficiais e a possibilidade de subnotificação de casos mostram a negligência em relação à vida das pessoas privadas de liberdade.