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Sistema Prisional Brasileiro registra mais de 200 óbitos oficiais por COVID-19 entre a população privada de liberdade

Infovírus

· De olho no painel

Do dia 17 para o dia 18 de maio, o painel do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) apresentou uma variação de dez novos óbitos por COVID-19 no sistema prisional brasileiro. Antes, o painel registrava 178 óbitos oficiais pelo novo coronavírus e, no dia 18, passou a informar 188 casos de pessoas presas que faleceram em decorrência da COVID-19. A atualização não acompanhou maiores informações sobre o salto nos números. Até o dia 25 de maio, o painel do Depen registra 188 óbitos, 52.884 detecções e 26.446 casos suspeitos de COVID-19 entre a população prisional do Brasil.

O sssss publicado em 19 de maio registrou 201 óbitos por COVID-19 entre as pessoas presas no Brasil. São 13 óbitos a mais em relação ao painel do Depen. Além disso, o CNJ registra 57.619 casos confirmados entre a população prisional até 17 de maio, quando atualizou os dados: 4.735 casos a mais do que o número informado pelo Depen.

A discrepância entre os números de pessoas presas que faleceram pela COVID-19 e que contraíram a doença no sistema prisional assinala para um problema que o Infovírus denuncia há mais de um ano: a falta de consistência nos dados oficiais sobre a pandemia nos presídios brasileiros.

O CNJ informa que foram realizados 296.607 testes nas pessoas presas. Em um universo formado por 748.009 pessoas, isso significa que menos de 40% da população prisional foi testada até agora. A baixa testagem, a precariedade, a superlotação e a insalubridade dos presídios brasileiros sugerem que os números oficiais podem estar subnotificados.

Segundo o boletim do CNJ, São Paulo é o estado que mais registra pessoas presas contaminadas pelo novo coronavírus, seguido por Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, respectivamente. São Paulo também apresenta o maior número de pessoas presas que faleceram por COVID-19, com 53 óbitos, seguido pelo Rio de Janeiro com 21 e o Rio Grande do Sul, que registra 19 mortes oficiais entre as pessoas privadas de liberdade.

O Infovírus segue verificando a falta de transparência nos dados e de respostas efetivas do Estado em gerir a pandemia. O preço dessa negligência é dolorido: mais de 200 pessoas perderam a vida sob custódia do Estado em razão de uma doença para qual existe vacinação.