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Um ano de Infovírus!

Infovírus

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Hoje o Infovírus faz um ano. Mas não temos nada a comemorar: o Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo e, como demonstramos ao longo desses 365 dias, a pandemia de COVID-19 agrava as violações de direitos das pessoas presas e suas familiares, além de impactar também servidores do sistema prisional.

Amanhã, dia 17, também completa um ano do registro do primeiro óbito por COVID-19 entre a população privada de liberdade. De lá pra cá, já foram registradas pelo menos 159 mortes oficiais de pessoas presas pela COVID-19, de acordo com o boletim do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 7 de abril. Nesse contexto, compreendemos que as informações oficiais sobre a pandemia nas prisões não eram confiáveis, pois elas são usadas para mascarar a falta de políticas públicas para garantia dos direitos da população prisional e de suas famílias. O Infovírus foi criado para tentar tornar essa rede de desinformação menos obscura.

Algumas vezes, fizemos isso produzindo informações, a partir de coleta de dados e busca de informações com familiares, defensores públicos, Frentes Estaduais pelo Desencarceramento, Agenda Nacional pelo Desencarceramento. Em outras, denunciamos o papel do Estado em operar a gestão dos dados sobre a pandemia nas prisões a partir de uma metodologia do sigilo.

Fizemos parcerias que nos trouxeram muitos desafios e aprendizados, e nos auxiliaram a construir materiais mais informativos: Iser/Covid nas Prisões, Justa, Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), Fundo Brasil de Direitos Humanos, Rede Justiça Criminal.

 

Participamos de eventos, concedemos entrevistas, publicamos artigos e falamos sobre o Infovírus nos mais diversos espaços. Foi um ano de muito trabalho coletivo. A todas as pessoas que passaram pelo nosso caminho ao longo desse período: muito obrigado!

 

Entendemos que as prisões são mecanismos de uma política de violenta e excludente, marcada por superencarceramento que penaliza especialmente as pessoas negras e pobres. No nosso aniversário, reafirmamos o nosso compromisso de ser um instrumento de comunicação sobre a situação no cárcere, atuando por uma sociedade sem racismo e, por isso, sem prisões.